Aquém e Além da Abstracção, de Vieira da Silva inaugura a 8 de Fevereiro no Museu Arpad Szenes – Vieira da Silva, com a curadoria de Isabel Carlos.
A pintura de Vieira da Silva é normalmente associada à abstracção, à representação do espaço e da perspectiva e ao uso das linhas e geometrias desconstruídas, mas a artista teve uma produção figurativa que é menos conhecida, que não teve a mesma visibilidade, aceitação critica e fortuna.
Para além da ilustração para livros infanto-juvenis, onde a criatividade e experimentação são evidentes no cromatismo fulgurante e no contraste entre elementos figurativos estilizados e os fundos-enquadramentos contidos ou monocromáticos, Vieira representou temas académicos, como a pintura de modelo, mas também naturezas mortas, retratos, espaços interiores e o extraordinário “Moi, réfléchissant sur la Peinture” (1936-37).
A selecção que mostramos inclui obras dos primeiros anos em Paris, de 1929 a 1936, algumas propostas para concursos de 1940 e uma série de retratos e ilustrações do período de exílio no Brasil, entre 1941 e 1946, durante a Segunda Guerra Mundial.
A riqueza – plástica e emocional – destas obras, é confirmada pela vontade da pintora de as manter consigo, ao longo de décadas e de várias mudanças de ateliê, até 1990, quando integraram a colecção deste Museu.
A exposição pode ser visitada de 8 de Fevereiro até 2 de Junho de 2024.
Na imagem | Elsa danse, Maria Helena VIEIRA DA SILVA, 1937, óleo sobre tela, Col. FAVSV