Inquieta Ansiedade

Obras da Coleção Rui Victorino

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08 Mai 21 - 27 Jan 22 Museu

Inquieta Ansiedade. Obras da coleção Rui Victorino é uma exposição que apresenta ao pú­blico, pela primeira vez, um conjunto de 60 obras de arte moderna e contemporânea, da coleção pri­vada do médico e investigador Rui Victorino.

Os artistas são predominantemente portugue­ses, incluindo alguns autores internacionais. A escolha foi a de mostrar uma das linhas estrutu­rantes da coleção, expondo alguns dos principais protagonistas dos modernismos, em Portugal, confrontando obras de tendência figurativa e não figurativa (Amadeo de Souza Cardoso, Almada Negreiros, Mário Eloy, Pomar, Vieira da Silva, Arpad Szenes, Eduardo Luís, António Quadros, Areal, Fernando Lanhas, Joaquim Rodrigo, Nadir Afonso…), e observando prolongamentos expe­rimentais que aconteceram até aos anos 1970 e de que a coleção é representativa (Menez, Paula Rego, Helena Almeida, Jorge Pinheiro, Álvaro Lapa, Lourdes Castro, René Bertholo, Escada, Ana Vieira, João Vieira, Eduardo Nery, Noronha da Costa, Jorge Martins…).

Quis-se valorizar as inquietações dos artistas que souberam interpretar com ousadia e atualidade os movimentos estéticos do seu tempo e sublinhar a modernidade artística, proporcionada, em larga medida, pela saída dos artistas, muitos com des­tino privilegiado para Paris e para Londres, onde tiveram oportunidade de se profissionalizar, de mergulhar em referências internacionais e de se comparar com os pares.

Foram destacados raros autores internacionais da coleção para potenciar a narrativa (Vasarely, Albers, Sónia Deaunay), sobretudo de um ponto de vista referencial. O mesmo se fez com algumas obras contemporâneas, um núcleo que tem vin­do a crescer dentro da Coleção e que, colocadas com outras cronologicamente anteriores, vieram alargar a sua leitura, oferecer pontos de contato inesperados e linhas de continuidade entre au­tores (Ana Jotta, José Pedro Croft, Rui Chafes, Cabrita, Francisco Tropa, Miguel Ângelo Rocha). Também alguns núcleos autorais mereceram atenção, para singularizar o olhar de enfoque que tanto atrai o colecionador.

Integrada numa linha programática que pretende mostrar coleções particulares na FASVS, a expo­sição tem a curadoria de Adelaide Duarte, e deve o seu título a Diogo de Macedo, que, num texto de 1946, nos falou de uma inquieta ansiedade que identificou no percurso artístico de Mário Eloy, um dos artistas mais representados na Coleção Rui Victorino.

Adelaide Duarte

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