Domingo, 21 de Abril às 16h00
no Auditório do Museu
Ciclo Biblioteca em Fogo #7
Edições do Saguão apresentam:
A REALIDADE EM EXERCÍCIO:
a fotografia da fenomenologia a Walter Benjamin
de Nélio Conceição
Com a presença e apresentação de:
Maria Filomena Molder e do autor.
Sinopse
O que é a fotografia? De onde vem a sua força de evidência? Que inédita forma de representação foi criada pela técnica fotográfica? Porque é que as fotografias são objectos paradoxais? E de que forma levantam questões de semelhança? São meras cópias do real ou, mais profundamente, jogam com as forças e os gestos miméticos? O que é um exercício? Porque regressamos recorrentemente a Walter Benjamin para pensar a fotografia? Estas e outras questões deram o mote ao presente livro, que procura aprofundar as relações entre o pensamento filosófico e a fotografia por intermédio de um percurso exploratório por uma região que, embora abarcável pela estética, não encaixa de modo imediato nas compartimentações tradicionais da filosofia.
A apresentação do pensamento é indissociável do modo de apresentação, e um estudo não é apenas o acto de percorrer um caminho, mas também o próprio espaço percorrido. Neste caso, não há um sentido único, isto é, não se trata apenas de pensar a fotografia recorrendo aos instrumentos filosóficos, aos conceitos e aos autores da filosofia. Trata-se também de fazer – ou tentar fazer, já que a tarefa não é fácil – o sentido inverso: utilizar aquilo que a fotografia, enquanto objecto que assenta numa técnica que se traduz na produção de fotografias, inscreve no pensamento, exigindo a reformulação ou produção de conceitos. Isto implica um espaço de reciprocidade e contaminação entre filosofia e fotografia, pelo que o entre-dois do percurso deve ser visto, não como uma fragilidade, mas como uma virtude e um terreno fértil.
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Nélio Conceição é investigador integrado do Instituto de Filosofia da NOVA, onde coordena o CultureLab. Doutorou-se em Filosofia (Estética) na FCSH-UNL (2013) com uma tese que trata da relação entre filosofia e fotografia. Os seus interesses de investigação incidem sobre a estética, a filosofia da arte e a filosofia contemporânea. Neste âmbito, tem trabalhado sobre o pensamento de autores como Walter Benjamin e Siegfried Kracauer, e sobre questões ligadas aos valores estéticos, ao conceito de jogo, à filosofia da fotografia e à filosofia da cidade, em particular na sua dimensão estética, social e política. Foi investigador visitante da PUC – São Paulo e do ZfL – Berlim. Coeditou os volumes Aesthetics and Values: Contemporary Perspectives (Mimesis International, 2021) e Conceptual Figures of Fragmentation and Reconfiguration (IFILNOVA, 2021). Entre 2018 e 2022, co-coordenou o projeto de investigação “Fragmentação e reconfiguração: a experiência da cidade entre arte e filosofia”, financiado pela FCT. Leciona no âmbito da estética, do pensamento de Walter Benjamin e da relação entre arte, filosofia e cidade.
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Maria Filomena Molder é Professora Catedrática da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e foi professora visitante na École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris (2011); membro do Conseil Scientifique do Collège International de Philosophie, Paris (2003-2006 / 2006-2009), do Groupe International de Recherches sur Nietzsche (GIRN) e do Instituto de Filosofia da Nova. Desde 1978, Maria Filomena Molder escreve extensamente sobre problemas estéticos – enquanto problemas de conhecimento e da linguagem – para diversas revistas científicas e literárias, entre as quais: Filosofia e Epistemologia, Prelo, Análise, Revista Ler, Sub-Rosa, A Phala, Internationale Zeitschrift für Philosophie, Philosophica, Revista Belém, Dedalus, Rue Descartes, Chroniques de Philosophie, Revue Europe, Lettre International, Revista Azafea, Revista Electra. Participou tambémm, desde 1980, em inúmeras Conferências, Congressos e Encontros, tanto em Portugal como no estrangeiro. A partir de 1984, Maria Filomena Molder tem vindo a escrever também para catálogos e outras publicações sobre arte e artistas, portugueses e estrangeiros, entre os quais: Jorge Martins, Ruy Leitão, Rui Chafes, Helena Almeida, Ana Vieira, Julião Sarmento , Rui Sanches, José Pedro Croft, Bernard Plossu, Juan Muñoz, Noronha da Costa, Antony Gormley, Louise Bourgeois, Francisco Tropa, Ana Hatherly, João Queiroz, Jorge Queiroz e Amadeo de Souza-Cardoso. Doutorou-se em 1992 com uma tese sobre o pensamento morfológico de Goethe.
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Ciclo Biblioteca em Fogo
Lançamentos, leituras, conversas
Biblioteca em Fogo – título de uma pintura de Maria Helena Vieira da Silva – é o novo ciclo de lançamentos, leituras e conversas em torno de livros de artista e publicações dedicadas à teoria da imagem, história da arte, estética e filosofia. Este é um espaço onde editoras e autores podem testar novas formas de apresentação e tradução do objeto livro, e revelar obras que poderão constituir um contributo importante para a cultura contemporânea. A biblioteca labiríntica de Vieira da Silva, como a de Jorge Luís Borges, é um lugar de liberdade e actualização crítica onde se retém o fogo da curiosidade, onde encontramos livros infinitos que redefinem e questionam o acto de olhar as coisas – um espaço de abertura e discussão, nunca separado dos desafios do agora.
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Ficha Técnica
título: A REALIDADE EM EXERCÍCIO: a fotografia da fenomenologia a Walter Benjamin
autor: Nélio Conceição
revisão: Mariana Pinto dos Santos
design e paginação: Rui Miguel Ribeiro
Na capa, composição a partir de Hippolyte Bayard, Le Noyé (Auto-retrato como um homem afogado), 1840.
1a edição Dezembro de 2023
tiragem: 500 exemplares
isbn: 978-989-35051-1-3
www.edicoesdosaguao.pt
Este trabalho é financiado por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito do projeto UIDB/00183/2020 e da Norma Transitória – DL 57/2016/CP1453/CT0040 (https://doi.org/10.54499/DL57/2016/CP1453/CT0040).