ENTRADA LIVRE
13 Set 23 - 13 Set 23
Casa-Atelier
A pintura Atelier, Lisbonne (1935) de Maria Helena Vieira da Silva exposta no Museu da Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva, foi escolhida pela dupla de artistas Sara & André, como obra a ser investigada e traduzida numa instalação/escultura na Casa-Atelier Vieira da Silva. O resultado deste trabalho é uma versão tridimensional da pintura, que ocupa o atelier onde a própria pintura foi produzida. O espaço do atelier é o objeto constituinte da obra de Vieira da Silva, estrutura que convoca e condensa a abstração dos elementos restantes. A proposta dos Sara & André serve-nos como mote para pensarmos e testarmos modelos de tradução multidisciplinar, assim como refletir sobre o conceito de atelier – lugar de experimentação, de fabrico, de contemplação e de um “pôr em prática”. Nesta lógica de criação que serve como caminho para uma outra, João Pais Filipe apresenta-se em concerto diante da obra Atelier, Lisbonne (1935) de Vieira da Silva (parte do Ciclo de Concertos para Quadros, que iniciámos no Vieira da Silva em Festa 23). E, logo a seguir, o harpista Eduardo Raon também em concerto\performance no interior da instalação dos Sara & André, com o público a rodear a escultura e a composição ao vivo. Cria-se deste modo uma habitação da pintura e instalação, a vários tempos, ampliando-as através da presença humana, do olhar e da escuta, celebrando a natureza nunca estática da criação, presente nas práticas de Vieira da Silva e Arpad Szenes, que inspiram a produção contemporânea. Abrimos também o Museu Arpad Szenes – Vieira da Silva e a Casa-Atelier numa lógica de programação integrada, em diálogo e abertura com o público e várias comunidades artísticas, que criam novos objetos, a partir de obras específicas que contêm em si questões actuais. Propomos no início do programa, revisitar o filme Ma femme chamada bicho (1976), de José Álvaro de Morais, onde temos acesso a documentação preciosa de Vieira da Silva e Arpad Szenes no atelier, a trabalhar e a refletir sobre suas práticas e todo o entorno.
Bruno Humberto
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Eduardo Raon
Harpista Desde 1998, tem desenvolvido a sua actividade, sobretudo musical, em parceria com outras formas artísticas. Como harpista tem trabalhado sobretudo na área da música contemporânea, improvisada. Colaborou em gravações e concertos com I-Wolf, POWERTRIO, Tomaž Grom, Manuel Riegler, Boštjan Gombač, Luís Figueiredo e João Hasselberg, Turbamulta, Goran Krmac Kvartet, Deolinda, Sofia Vitória, João Lobo, Maria João e Mário Laginha, Bratko Bibic e Bypass. No diálogo com outras formas artísticas destacar-se-á a relação com o cinema, para a Cinemateca Eslovena; compôs as bandas sonoras para curtas metragens de animação e longas metragens documentais e de ficção (Sonolenta de Marta Monteiro, Chatear-me-ia Morrer Tão Jooveeeem… de Filipe Abranches, Quatro Caminhos de Nuno Amorim, M de Joana Bartolomeu, Sombras Brancas e Aparição de Fernando Vendrell, Idade Óssea, Do Céu e da Terra de Isabel Aboim, entre outros). No campo da dança, performance e teatro tem colaborado com Tin Grabnar, Marta Navaridas, Janez Jansa, Bojan Jablanovec, Olja Grubić, Andreja Podržavnik, Teja Reba, Loup Abramovici, Clara Andermatt, Álvaro García de Zúñiga & Teresa Albuquerque/Blablalab, Barbara Kapelj, Sónia Baptista, Teresa Sobral, Companhia Caótica.
www.eduardoraon.com
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João Pais Filipe
Baterista/percussionista João Pais Filipe é um baterista/percussionista e escultor sonoro do Porto. O seu percurso como músico caracteriza-se pela abordagem aos mais diversos estilos e linguagens, destacando-se o seu trabalho e colaborações com bandas como Sektor 304, HHY & The Macumbas, Talea Jacta, Paisiel, Rafael Toral Space Quartet. Tocou também com Z’EV, Evan Parker, Fritz Hauser, Steve Hubback, entre outros. A solo tem um álbum homónimo, lançado pela Lovers & Lollypops, em 2018, e mais recentemente em 2020, com a mesma editora apresentou-nos “Sun Oddly Quiet”. Para além de músico, é fabricante de gongos e de pratos.
https://joopaisfilipe.bandcamp.com/album/sun-oddly-quiet
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Sara & André
Sara & André nasceram em 1980 e 1979, em Lisboa, onde vivem e trabalham e estudaram, respetivamente, Realização Plástica do Espetáculo na Escola Superior de Teatro e Cinema (Lisboa) e Artes Plásticas na Escola Superior de Arte e Design (Caldas da Rainha). Juntos estudaram Pintura na Sociedade Nacional de Belas Artes (Lisboa). Expõem regularmente desde 2006.